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Vila Madalena: fazer tudo a pé, com conforto, não tem preço

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O conceito de caminhabilidade ganha destaque entre os motivos que fazem crescer a obsessão de morar no bairro

Cine Sala, um dos raríssimos cinemas de rua que resistem na cidade. É um dos charmes da Vila Madalena 

 

Subir o morro para ir adiante. Este era um dos lemas dos bandeirantes que desbravaram o interior do Brasil a partir de vila de São Paulo nos séculos XVII e XVIII, ultrapassando os montes e aclives que dominavam o que hoje é a zona oeste. Vila Madalena e Pinheiros já participavam da história do país naquela época.

 

Os mesmos morros e aclives que hoje dominam parte da paisagem da Vila Madalena não impedem que a pedestres, moradores ou não, tenham uma experiência completa de lazer e entretenimento em pleno século XXI. 

 

É o clima de tranquilidade do interior que cativa mais os habitantes do local - e que acalenta o sonho de morar bem do restante dos paulistanos -, mas é outro fator que chama a atenção da vida na zona oeste e que valoriza ainda mais a região: o conceito de "walkability", tão comum em lugares como Nova York, Londres, Berlim e Barcelona, por exemplo.

 

O termo, inglês, significa caminhabilidade, em uma adaptação meio apressada para o português. Quer dizer que é possível fazer tudo, ou quase tudo, a pé, sem a necessidade de qualquer veículo ou transporte público.

 

Esse aspecto é o mais ressaltado em pesquisas de mercado imobiliário realizadas or plataformas de compra e venda, como Apto, Loft e Creditas, em relação à Vila Madalena.

 

Ao lado do vizinho Pinheiros, a vila é  campeão de preferência dos paulistanos na ambição de morar bem em São Paulo. É o bairro preferido, seja pela aura cultural, pela tranquilidade, pela oferta de transporte público, mas principalmente pela caminhabilidade. 

Entre os moradores dos dois bairros, essa é a principal característica que os fizeram optar pela vila. Morros? Subidas? Quem se importa com isso?

 

É bom morar perto de bares e restaurantes de qualidade, de equipamentos culturais elogiados e de todo o tipo de serviço a poucos metros: farmácias, padarias, pequenos mercados, cafés e uma ou outra livraria.

 

Com o avanço do home office (trabalho m casa), a região passou a ser ainda mais procurada. "No final o ano passado, fiquei quase dois meses sem sair do bairro. Moro perto da rua Fradique Coutinho e não preciso sair para nada. Nem carro tenho mais", relata o arquiteto Angelo Rosas, 35 anos, que presta serviços de urbanismo a várias empresas e escritórios. "Como, me divirto e descanso sem andar mais de 300 metros. Só saio do bairro para ver meus pais em Santo Amaro (zona sul)."

 

O próximo passo é investir na compra de um imóvel na região. "O investimento é certeiro e o melhor em relação á qualidade de vida", diz o arquiteto, que planeja o casamento com a publicitária Mariana Saldanha para o ano que vem.

 

A fama de bairro boêmio e barulhento à noite não incomoda? "É uma característica do bairro, que fez a fama dele e o valorizou muito. É o centro vivo de São Paulo, se tornando um fator que mais atrai gente para cá", diz o psicólogo Carlos Cardoso, 38, vizinho de Angelo e morador há dez anos no bairro. 

 

Ele vive com a filha de 15 anos e não troca o bairro por nada. Assim como o vizinho, recomenda fortemente a compra do imóvel para morar no bairro. "É um investimento pessoal inestimável que se pode fazer. Morar na vila é recompensador."

 

Percebendo o movimento do mercado, o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário de São Paulo) tem registrado há quase um ano a liderança de Pinheiros/Vila Madalena na preferência do consumidor paulistano. Rivalizando com a Vila Mariana, na zona sul, lidera os rankings de lançamentos de unidades na Grande São Paulo mês a mês - o mesmo acontece em relação às vendas.

 

Para quem pretende mudar de patamar e buscar mudanças definitivas de vida, subir o morro e ir adiante é apenas um dos prazeres de morar na Vila Madalena.